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Artigo
Publicado em 18/7/2012 por Joana Bruno

Neochetina bruchi & eichhorniaeinsetos da família Curculionidae (vulgarmente conhecida por gorgulho) e a sua ação no controlo biológico do jacinto-de-água (Eichhornia crassipes).

Jacinto-de-Água 

 

Eichhornia crassipes: descrição e características

Erva aquática rizomatosa, flutuante e com folhas aéreas. As espigas possuem cerca de 15 cm e agrupam conjuntos de 8 a 12 flores azuis ou violetas, cada uma com 5 a 7 cm de diâmetro. Reproduz-se facilmente tanto por semente ou vegetativamente. É originária da América do Sul e foi introduzida em Portugal para fins ornamentais. Encontra-se presente em cerca de 50 países e é atualmente uma das piores plantas invasoras do Mundo. Propaga-se nos canais de irrigação, regolfos de barragens, lagoas e charcos e suporta grandes flutuações no nível da água, acidez, níveis baixos de nutrientes, metais pesados e poluentes.

Neochetina | Curculionidae

São pequenos insetos nativos da América do Sul que se alimentam quase exclusivamente de plantas do género Eichhornia. Os elementos da espécie N. bruchi (Hustache) possuem um padrão de pigmentação em forma de V, na parte dorsal do corpo, e uma tonalidade geral castanha-clara, distinguindo-a assim da espécie N. eichhornidae (Warner), que apresenta uma coloração castanha mais escura. Possuem igualmente duas pequenas cristas no dorso, de menores dimensões na espécie N. bruchi.

O dimorfismo sexual existe ao nível do probóscide, sendo que o da fêmea caracteriza-se por possuir uma curvatura mais acentuada do que o do macho.

 

Gorgulho

 

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Eichhornia crassipes: dispersão

Impactes ambientais | Meios de controlo

O seu crescimento extremamente rápido permite a formação de autênticos "tapetes" sobre a superfície aquática, impedindo assim uma oxigenação eficaz da massa de água e obstruindo a luz solar. Estas circunstâncias provocam alterações no sistema aquático e causam a redução da biodiversidade presente.

Os agentes de controlo biológico libertados têm níveis de sucesso que variam consoante os diferentes locais. Em Portugal, foram feitos alguns testes com Neochetina, mas a baixa taxa de sobrevivência dos insetos não permitiu a recolha de dados conclusivos.

Para além destes agentes biológicos, existem outras medidas de controlo que podem ser aplicadas com diferentes graus de sucesso. Os métodos de remoção manual ou mecânica implicam uma limpeza total da área intervencionada para que não sejam deixados fragmentos que permitam uma nova invasão. As metodologias de controlo químico podem ter indícios de sucesso bastante baixos uma vez que, para além dos efeitos negativos que a sua utilização pode suscitar, estão altamente dependentes de fatores como a idade e estado fenológico da planta, bem como da temperatura.

Ilustrações e texto: Joana Bruno

 

Fontes de informação:

CENTRO DE ECOLOGIA FUNCIONAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA. Plantas invasoras em Portugal. [Em linha]. [citado em 20 de Junho 2012]. Disponível em URL: http://www1.ci.uc.pt/invasoras/files/29jacinto-de-agua.pdf

MARVALDI, Adriana E.; LANTERI, Analia A. - «Key to higher taxa of South American weevils based on adult characters (Coleoptera, Curculionoidea)». In Revista Chilena de Historia Natural [em linha]. 2005. ISSN 0716-078X. Vol. 78, nº1, p. 65-87. [citado em 15 de Junho 2012]. Disponível em URL: http://www.scielo.cl/pdf/rchnat/v78n1/art06.pdf

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