Canis lupus signatus (Cabrera, 1907)

Classificação: Em perigo

Distribuição: Em Portugal pode ser visto a norte do Rio Douro;

Fatores de ameaça:

- Perseguição direta do Homem;

- Redução dos ungulados selvagens (corço, veado, etc)

- Destruição de habitats; 

- Escassez de áreas de refúgio;

- Mortalidade causada pelo Homem, através de atropelamento, envenenamento, etc;

Medidas de conservação:

- Campanhas de sensibilização e educação ambiental

- Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, onde é possível contribuir para a sua manutenção;

- Compensações financeiras para os proprietários que tenham prejuízo devido aos ataques do lobo;

Curiosidades: O lobo ibérico está associado a uma série de mitos que importa desmitificar. Dizia-se que andavam a largar lobos nas aldeias, por exemplo, o que não é verdade. Outras curiosidades sobre o lobo podem ser lidas num artigo do Ciência 2.0 sobre o tema.

Autor da foto: © Diana Barreto/Grupo Lobo

Ver ficha do lobo ibérico do Livro Vermelho dos Vertebrados

Baleonoptera musculus (Linnaeus, 1758)

Classificação: Em perigo

Distribuição: Em Portugal pode ser vista nos Açores, em alturas de primavera ou verão;

Fatores de ameaça:  

- Sobre-exploração dos recursos;

- Colisão com navios e capturas acidentais em redes de pesca; 

Medidas de conservação: 

- Legislação que controla a atividade recreativa e comercial e de observação desta espécie;

- Campanhas de educação e sensibilização ambiental; 

Curiosidades: Esta espécie pode pesar cerca de 110 toneladas e mede, em média, entre 23 a 25 metros; Ingere diariamente até cerca de 4 toneladas de krill; 

Autor da foto: © Hugo Marques

Ver ficha da Baleia-azul do Livro Vermelho dos Vertebrados

Baleonoptera physalus (Linnaeus, 1758)

Classificação: Em perigo

Distribuição: Pode ser vista nos Açores, na altura da primavera ou do verão; Na Madeira pode ser observada durante todo o ano, se bem que há maior incidência nos períodos mencionados; 

Fatores de ameaça: 

- Colisão com barcos e navios;

- Competição pelas mesmas presas; 

- Sobre-exploração dos recursos piscícolas; 

Medidas de conservação: 

- Projetos de educação e sensibilização ambiental; 

- Aplicação de legislação para proteção dos mamíferos marinhos; 

Curiosidades: Na Madeira existe o "Museu da Baleia" que se dedica à divulgação e sensibilização para a conservação dos cetáceos neste Arquipélago; São nadadores rápidos; 

Autor da foto: © Hugo Marques

Ver ficha da Baleia-comum do Livro Vermelho dos Vertebrados

Larus fuscus (Linnaeus, 1758)

Classificação: Vulnerável (população nidificante)

Distribuição: Em Portugal esta espécie nidifica no Continente, apenas em pequenos núcleos localizados no arquipélago das Berlengas, na ilha do Pessegueiro e na Ria Formosa; 

Fatores de ameaça:  

- Pode ser gravemente afetada por derrames de hidrocarbonetos; 

Medidas de conservação: 

- Vigilância e gestão, visto que a maioria das espécies se encontra em áreas protegidas;

Curiosidades: Esta é a mais comum das gaivotas portuguesas. Esta espécie é mais abundante durante o inverno. 

Autor da foto: © Hélder Conceição

Ver ficha da Gaivota-de-asa-escura no Livro Vermelho dos Vertebrados

Podarcis carbonelli (Pérez-Mellado, 1981)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Em Portugal pode ser vista por todo o litoral a Sul do Douro e em algumas áreas montanhosas de fácies atlântica da Beira Alta (Serras de Freita-Arada, Montemuro, Leomil-Lapa e Estrela) e da Beira Baixa (Serra da Malcata);

Fatores de ameaça:  

- Degradação dos seus habitats (quer em montanha, quer junto ao litoral);

- Destruição direta das populações devido a incêndios florestais;

- Alterações climáticas (atinge as populações do litoral) por aumento de stress ecológico com origem térmica; 

Medidas de conservação: 

- Conservação dos habitats costeiros no centro e sul de Portugal;

- Ordenamento urbanístico da orla costeira;

- Reflorestação e limpeza das florestas onde habitam estes animais;

Autor da foto: © Raquel Ribeiro

Ver ficha da Lagartixa de Carbonell do Livro Vermelho dos Vertebrados

Iberolacerta monticola (Boulenger, 1905)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Endemismo ibérico. Em Portugal tem distribuição restrita ao Planalto Central da Serra da Estrela, ocorrendo desde os 1.400 m de altitude até ao cume do Planalto (1.993 m).

Fatores de ameaça:  

- Degradação, fragmentação e redução da área de habitat, devido à construção de infraestruturas;

- Ocorrência de incêndios de grandes proporções; 

- Alterações climáticas; 

Medidas de conservação: 

- Proteção de habitats de montanha que constituem o Planalto central;

- Implementação de legislação existente e reforço da fiscalização nos limites do Parque Natural da Serra da Estrela, onde se encontra a população principal da lagartixa-da-montanha; 

- Ações de monitorização para detetar possíveis declínios acentuados desta espécie; 

Curiosidades: Apresenta uma longevidade máxima de 10 anos e a sua área de distribuição em Portugal é inferior a 60 km² 

Autor da foto: © Alexandra Fonseca

Ver ficha da lagartixa-da-montanha no Livro Vermelho dos Vertebrados

Chioglossa lusitanica (Bocage, 1864)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Em Portugal encontra-se distribuída por todo o Noroeste, apresentando como limite sul o rio Tejo;

Fatores de ameaça:  

- Perda, fragmentação e degradação do habitat por ação do Homem; 

Medidas de conservação: 

- Manutenção dos habitats, particularmente os pequenos ribeiros de água limpa das regiões montanhosas; 

- conservar as áreas florestais autóctones, nomeadamente as florestas de caducifólias e os bosques ribeirinhos; 

- prevenção de incêndios;

- monitorização da espécie;

Curiosidades: A salamandra lusitânica respira totalmente pela pele, facto que a torna muito sensível ao ambiente envolvente.

Autor da foto: © Alexandra Fonseca

Ver ficha da salamandra lusitânica no Livro Vermelho dos Vertebrados

Ciconia nigra (Linnaeus, 1758)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Em Portugal ocorre no Interior, principalmente associada às bacias hidrográficas dos rios Tejo, Douro e Guadiana; 

Fatores de ameaça:  

- Perturbação humana, principalmente devido ao turismo, recreio e desporto, em áreas de nidificação, alimentação e concentração pós-nupcial destas aves; 

-  Atividades extrativas e agro-silvo-pastoris nos habitats da cegonha-preta; 

-  Perda, degradação e alteração do habitat, devido à construção de infraestruturas hidraúlicas;

-  Perigo de colisão com infraestruturas da rede elétrica, devido ao facto de ser uma ave planadora; 

Medidas de conservação: 

- Regulamentação das atividades recreativas, naúticas e terrestres motorizadas, acompanhadas de fiscalização, em áreas de nidificação;

- Sensibilização e divulgação para a necessidade de conservação desta espécie;

Curiosidades: Durante o período de acasalamento as cegonhas-pretas realizam danças, voos e movimentos ondulantes com o pescoço com o intuito de arranjar um parceiro para se acasalar; 

Autor da foto:  © Ricardo Lourenço

Ver ficha da Cegonha-preta no Livro Vermelho dos Vertebrados

Rhinolophus ferrumequinum (Schreber, 1774)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Em Portugal é possível observá-los no Norte e no Centro e ocasionalmente no Algarve; 

Fatores de ameaça:  

- Degradação do habitat por ação do Homem; 

- Destruição de abrigos;

- Uso de pesticidas;

- Atropelamentos; 

Medidas de conservação: 

- Proteção dos principais abrigos e locais onde o morcego-de-ferradura-grande hiberna; 

- Continuar o programa de monitorizações desta espécie; 

- Limpeza periódica das entradas das minas de água, evitando que estejam cobertas de vegetação;

- Obras de manutenção em casas abandonadas;

- Racionalização do uso de pesticidas; 

Curiosidades: Maior espécie europeia do género. Quando hiberna, envolve-se totalmente nas suas asas. 

Autor da foto: © Hélder Conceição

Ver ficha do morcego-de-ferradura-grande do Livro Vermelho dos Vertebrados

Ver dossiê sobre morcegos publicado no Ciência 2.0

Rhinolophus hipposideros (Bechstein, 1800)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Em Portugal, encontra-se ao longo de todo o território nacional; 

Fatores de ameaça:  

- Degradação do habitat;

- Uso de pesticidas;

- Atropelamentos, visto que tem um voo baixo; 

- Degradação de abrigos, através do bloqueio das entradas em minas devido à vegetação;

- Recuperação descuidada de casas abandonadas onde estes animais podem habitar; 

Medidas de conservação: 

- Limpeza periódica das zonas referidas;

- Realização de obras de manutenção em casas abandonadas; 

- Racionalização do uso de pesticidas; 

- Ações de sensibilização e divulgação;

Curiosidades: É mais frequentemente encontrado isolado. Caça insetos como borboletas noturnas e mosquitos em pleno voo, mas também as caça quando estão paradas em ramos, pedras ou folhas. 

Autor da foto: © Hélder Conceição

Ver ficha da morcego-de-ferradura-pequeno no Livro Vermelho dos Vertebrados 

Ver dossiê sobre morcegos publicado no Ciência 2.0

Gyps fulvus (Hablizl, 1783)

Classificação: Quase ameaçado

Distribuição: Em Portugal podemos vê-lo nos vales alcantilados do Douro e do Tejo; 

Fatores de ameaça:  

- Morte por envenamento por utilização de iscos envenenados para eliminar predadores de espécies pecuárias ou cinegéticas (visto que se alimentam e estão dependentes de cadáveres)

- Degradação dos habitats de nidificação e de alimentação devido à construção de infraestruturas diversas; 

- Perturbação humana em zonas de nidificação; 

- Perseguição humana (abate a tiro); 

- Entre outros; 

Medidas de conservação: 

- Entre as muitas medidas de conservação é possível destacar um programa nacional de erradicação de venenos, fiscalização e vigilância das áreas de nidificação em períodos mais sensíveis e campanhas de sensibilização junto dos agricultores, caçadores, guardas e público em geral; 

Curiosidades: É também conhecido pelo nome de abutre-fouveiro; 

Autor da foto: © Hélder Conceição

Ver ficha do Grifo no Livro Vermelho dos Vertebrados

Petromyzon marinus (Linnaeus, 1758)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Em Portugal existe principalmente nas bacias hidrográficas do Minho, Lima, Cávado, Vouga, Mondego, Tejo e Guadiana; 

Fatores de ameaça:  

- Construção de barragens e açudes que provocam uma alteração nas zonas de desova ou alteram o seu acesso; 

- Captura de exemplares para fins comerciais; 

- Ameaça dos habitats por poluição; 

Medidas de conservação: 

- Assegurar a continuidade longitudional dos rios (para possibilitar a passagem dos peixes, o acesso às zonas de desova e efetuar a reabilitação das zonas de reprodução habituais)

- Campanha de sensibilização para esta espécie;

- Monitorização das populações existentes;

Curiosidades: Os adultos não possuem mandíbulas e alimentam-se, agarrando-se com a ventosa que contorna a boca ao corpo de outros peixes dos quais sugam sangue, depois de lhes fazerem uma ferida com a língua (o peixe atacado escapa por vezes com vida). 

Autor da foto: © Jonathan Wilson/CIIMAR

Ver ficha da lampreia-marinha no Livro Vermelho dos Vertebrados 

Gasterosteus gymnurus (Cuvier, 1829)

Classificação: Em perigo

Distribuição: Em Portugal é possível encontrá-las nas bacias hidrográficas dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave, Vouga, Mondego, Tejo, Sado, Mira e algumas ribeiras do Algarve. 

Fatores de ameaça:  

- Perda de habitat resultante da construção de barragens ou de açudes;

- Poluição aquática; 

- Introdução de espécies não-indígenas piscívoras, em particular do lagostim-vermelho (Procamburus clarkii)

Medidas de conservação: 

- Recuperação dos habitats do esgana-gata;

- Realização de estudos científicos no âmbito da dinâmica populacional, biologia, ecologia, ameaças e habitat, para conhecer melhor esta espécie; 

- Estudo que determine as medidas de conservação adequadas à espécie; 

Curiosidades: Na altura da reprodução, os machos distinguem-se das fêmeas por apresentarem o ventre de cor laranja. O macho constrói o ninho com detritos vegetais e fica de guarda até à eclosão dos ovos.

Autor da foto: © Carlos Antunes/CIIMAR

Ver ficha do esgana-gata no Livro Vermelho dos Vertebrados

Corvus Corax (Linnaeus, 1758)

Classificação: Quase Ameaçado

Distribuição: Em Portugal é possível vê-lo de norte a sul do país, com particular incidência nas zonas menos povoadas do interior; Encontra-se ausente em algumas zonas da costa; 

Fatores de ameaça:  

- Utilização de venenos;

- Abate ilegal; 

- Perseguição direta;

- Intensificação da agricultura; 

Autor da foto:  © Armando Caldas

Ver ficha do Corvo no Livro Vermelho dos Vertebrados

Barbus comizo (Steindachner, 1864)

Classificação: Em perigo

Distribuição: Em Portugal esta espécie está principalmente localizada na Bacia do Guadiana. Há registos de ocorrências apenas no rio principal (rio Tejo) e nas sub-bacias dos rios Sorraia, Ocreza, Ponsul e Erges; Em qualquer uma destas bacias hidrográficas é cada vez mais difícil encontrar exemplares desta espécie. 

Fatores de ameaça:  

- Degradação do habitat, provocada pela construção de barragens, diminuição da qualidade da água, extração de inertes; 

-  Introdução de espécies não-indígenas (espécies exóticas); 

Medidas de conservação: 

- Recuperação das zonas mais degradadas;

- Controlo das espécies não indígenas; 

- Minimização dos impactos das infraestruturas;

Curiosidades: Trata-se de um Barbo que tem uma característica distintiva: o focinho alongado. É conhecido também como barbo-trompeteiro. É das maiores espécies da nossa ictiofauna dulçaquícola, podendo atingir 100cm.

Autor da foto: © Paulo de Oliveira/Fluviário de Mora

Ver ficha da Cumba no Livro Vermelho dos Vertebrados

Anaecypris hispanica (Steindachner, 1866)

Classificação: Criticamente em perigo

Distribuição: O efetivo populacional desta espécie tem tido um decréscimo alarmante. Em apenas 10 anos, entre 2000 e 2010, o número de populações reduziu de 10 para 5, passando a existir em apenas 5 sub-bacias hidrográficas do rio Guadiana: Ardila, Chança, Vascão, Foupana e Odeleite. 

Fatores de ameaça:  

-  Degradação e diminuição do seu habitat (por construção de infraestruturas hidráulicas, poluição, extracção de inertes, captações ilegais de água);

-     Introdução de espécies não-indígenas (exóticas)

Medidas de conservação:

- Recuperação do habitat e controlo de espécies não indígenas (exóticas)

- Sensibilização do público para os ecossistemas aquáticos

- Minimização dos impactos das infraestruturas

- Controlo das captações ilegais de água e de extração de inertes

Curiosidades: É o peixe mais pequeno da bacia do Guadiana, raramente ultrapassando os 7cm de comprimento.Tem uma longevidade reduzida, até 3 anos, excecionalmente atingindo os 4 anos, e uma baixa fecundidade.

Autor da foto: © Paulo de Oliveira/Fluviário de Mora

Ver ficha do saramugo no Livro Vermelho dos Vertebrados

Caretta Caretta (Linnaeus, 1758)

Classificação: Em perigo

Distribuição: Em Portugal podemos vê-las nos arquipélagos dos Açores e da Madeira; 

Fatores de ameaça:  

- Captura acidental por artes de pesca

- Lixos, crude, apetrechos de pesca abandonados no mar podem ser ingeridos pela tartaruga-comum ou enredar-se nela;

- Interações com tráfego marítimo e atividade humana pode prejudicar esta espécie; 

Medidas de conservação: 

- Programas de monitorização da captura acidente da tartaruga-comum por artes de pesca comercial e desportiva;  

- Sensibilização, fiscalização e punição em relação a infratores das leis de poluição no mar; 

- Proteção da área onde se encontra a tartaruga-comum, através de acordos com outros países; 

Curiosidades: Os indivíduos adultos apresentam hábitos costeiros e os juvenis e subadultos ocorrem exclusivamente no alto mar; Esta espécie é também conhecida por tartaruga-boba; 

Autor da foto: © Ricardo Guerreiro

Ver ficha da tartaruga-comum no Livro Vermelho dos Vertebrados 

Glareola pratincola (Linnaeus, 1766)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Podemos observar esta ave no Sul do país, mais concretamente no Estuário do Tejo e do Sado, Alentejo e Algarve; 

Fatores de ameaça:  

- Perda e degradação do habitat, por ação do Homem; 

- Intensificação agrícola;

- Uso de pesticidas; 

- Mudanças na gestão agrícola; 

- Entre outros; 

Medidas de conservação: 

- Monitorização mais eficaz, para obter estimativas mais fiáveis sobre esta espécie; 

Curiosidades: Tem vocalizações semelhantes ao riso das pessoas. 

Autor da foto: © Paulo Santos/FAPAS

Ver ficha da perdiz-do-mar no Livro Vermelho dos Vertebrados

Calonectris diomedea (Scopoli, 1769)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Em Portugal Continental esta ave nidifica apenas no arquipélago das Berlengas; Podemos vê-la também no arquipélago dos Açores (onde nidifica em todas as ilhas principais) e no arquipélago da Madeira nas ilhas Selvagens e nas ilhas desertas; 

Fatores de ameaça:  

- Perseguição de juvenis para utilização como isco (se bem que é quase residual); 

- Espécie muito sensível à introdução de predadores como os gatos e mustilídeos (mamíferos da ordem dos carníveros); 

- Áreas de nidificação degradadas devido à pressão turística e também devido à erosão que desgasta os terrenos; 

Medidas de conservação: 

- Trabalhos de sensibilização em relação a esta ave; 

Curiosidades: É das aves marinhas mais conhecidas no país do ponto de vista da sua biologia e tendências populacionais; É também conhecida por cagarro (nos Açores) ou por Pardela-de-bico-amarelo;

Autor da foto: © Joaquim Teodósio/SPEA

Ver ficha da Cagarra no Livro Vermelho dos Vertebrados 

Nycticorax nycticorax  (Linnaeus, 1758)

Classificação: Em perigo

Distribuição: Podemos encontrá-lo na zona centro do país (presença mais importante a sul da Baía do Rio Tejo);

Fatores de ameaça:  

- Drenagem de zonas húmidas;

- Corte de árvores ao longo da margem dos rios; 

Medidas de conservação: 

- Manutenção e melhoria das condições nos habitats de alimentação, de modo a assegurar zonas ricas em peixe e anfíbios; 

- Manutenção das galerias ripícolas que proporcionem condições de nidificação junto a áreas de alimentação mais ricas e adequadas; 

- Informação e sensibilização em relação a esta espécie; 

Curiosidades: Esta ave tem hábitos crepusculares e noturnos e pode ser frequentemente observada ao final do dia, quando voa para se alimentar. Passa uma grande parte do seu dia nas árvores e, por isso, passa despercebida;  

Autor da foto: © Hélder Conceição

Ver ficha do Goraz no Livro Vermelho dos Vertebrados

Vipera latastei  (Boscá, 1878)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Podemos observar esta espécie ao longo de todo o país. Contudo, a grande maioria das observações acontece em zonas montanhosas a norte do rio Tejo, como as serras do Gerês, Alvão, Montesinho e Estrela. Já a sul deste rio e em áreas de maior pressão humana existem pequenas populações da víbora cornuda. 

Fatores de ameaça:  

- Perda, fragmentação e degradação do seu habitat, por ação de incêndios florestais, silvicultura intensiva, aproveitamento dos solos para fins agrícolas e desenvolvimento de infraestruturas; 

- Mortalidade nas estradas;

- Perseguição direta devido à aversão; 

- Captura de exemplares para colecionismo e comércio ilegal; 

- Reduzida taxa de reprodução, maturação sexual tardia, entre outros fatores biológicos; 

Medidas de conservação: 

- Manutenção dos seus habitats, prevenindo, entre outras medidas, os incêndios florestais;

- Campanhas de sensibilização em relação a esta espécie; 

- Investigação para uma determinação mais rigorosa da distribuição e efetivos populacionais desta espécie; 

Curiosidades: As cabeças da víbora cornuda são usadas em rituais de magia negra ou simplesmente como amuleto. Este tipo de crenças existe mais no norte do país. A confusão entre esta víbora e outras cobras leva a que matem muitos indivíduos de outras espécies; Esta espécie apresenta um tamanho pequeno, não ultrapassando os 70 centímetros de comprimento. 

Autor da foto: © Armando Caldas

Ver ficha da víbora cornuda no Livro Vermelho dos Vertebrados

Rhinolophus mehelyi (Matschie, 1901)

Classificação: Criticamente em perigo

Distribuição: Em Portugal, é possível ver o morcego-de-ferradura-mourisco nas grutas e minas do Centro e do Sul, estando esta espécie circunscrita às poucas zonas em que existem abrigos apropriados; 

Fatores de ameaça:  

- Degradação do habitat por ação do Homem, através da destruição e perturbação de abrigos e das áreas de alimentação desta espécie;  

- Uso de pesticidas;

- Atropelamentos, visto que tem um voo baixo; 

Medidas de conservação: 

- Proteção legal dos abrigos; 

- Encerramentos das entradas nos abrigos em épocas críticas; 

- Racionalização do uso de pesticidas; 

- Ações de sensibilização e divulgação para evitar a presença humana nos abrigos; 

- Monitorização das populações e estudos para um maior conhecimento da sua distribuição e do número de efetivos; 

Curiosidades: Têm pelo bicolor. Alguns indivíduos apresentam um pelo com uma tonalidade alaranjada. 

Autor da foto: © Ana Rainho

Ver ficha do morcego-de-ferradura-mourisco no Livro Vermelho dos Vertebrados

Ver dossiê sobre morcegos no site do Ciência 2.0

Discoglossus galganoi (Capula, Nascetti, Lanza, Bullini & Crespo, 1985)

Classificação: Quase ameaçado

Distribuição: Em Portugal ocorre em quase todo o país;

Fatores de ameaça:
- Perda, degradação e fragmentação do habitat [por exemplo perda de lameiros e de outras massas de água para reprodução] devido a fatores como a agricultura intensiva, os incêndios, poluição aquática, entre outros;
- Introdução de espécies não-indígenas invasoras, predadoras de ovos e larvas de anfíbios, como por exemplo o lagostim-vermelho da Louisiana Procambarus clarkii;

Medidas de conservação:

- Proteção dos seus habitats, nomeadamente áreas de lameiros e prados alagados, bem como dos charcos que utilizam para a sua reprodução;

Curiosidades: É o único Anuro (anfíbio sem cauda) a figurar no Livro Vermelho dos Vertebrados. 

Autor da foto: © Diogo Oliveira

Ver ficha da rã-de-focinho-pontiagudo do Livro Vermelho dos Vertebrados

Pyrrhula murina (Godman,  1866)

Classificação: Criticamente em perigo

Distribuição: Esta espécie é endémica dos Açores. Podemos encontrá-la na zona Oriental da Ilha de São Miguel. A população ocorre em zonas de altitude entre 300-700 m, na Serra da Tronqueira, Pico Bartolomeu e encostas acima da Algarvia (costa norte) e Povoação (costa sul).

Fatores de ameaça:

- Área de distribuição da espécie reduzida devido à substituição,
em larga escala, de áreas de floresta natural por pastagens e plantações de Cryptomeria japonica.

- Rápida expansão de plantas não indígenas muito competitivas;

Medidas de conservação:

- Monitorização da população;

- Cpntrolo das espécies não indígenas invasoras;

Curiosidades: A dieta do Priolo tem como base vários tipos de vegetação e varia mensalmente conforme novas plantas vão florindo e produzindo sementes;


Autor da foto: © Pedro Monteiro/SPEA

Ver ficha do Priolo no Livro Vermelho dos Vertebrados

Psammodromus hispanicus (Fitzinger, 1826)

Classificação: Quase ameaçado

Distribuição: Esta espécie ocorre na na bacia do Tejo, na região Oeste, nas Beiras interiores, em Trás-os-Montes e parte do Alentejo e Algarve.

Fatores de ameaça:
- Degradação e redução dos habitats por ação do Homem devido à urbanização, à implantação de infra-estruturas, à florestação densa com resinosas e eucaliptos, aos incêndios e ao aumento de áreas agrícolas de regadio e cultura intensiva;

Medidas de conservação: 

- Conservação da diversidade de habitats, principalmente na zona litoral;
- deteção dos principais núcleos populacionais desta espécie e a monitorização
da sua evolução demográfica, a médio prazo;

Curiosidades: Emite um pequeno grito agudo quando é agarrada, ao mesmo tempo que tenta morder o agressor. Por serem animais muito territoriais, os machos passam grande parte do seu tempo a perseguirem-se. Nesta espécie parece haver comportamentos de luta ritualizados.

Autor da foto: © Hélder Conceição

Ver ficha da lagartixa-do-mato-ibérica no Livro Vermelho dos Vertebrados

Microtus cabrerae (Thomas, 1906)

Classificação: Vulnerável

Distribuição: Em Portugal podemos vê-lo em Trás-os-Montes (Douro internacional), na Beira Interior, no Ribatejo,na Estremadura, no Alto Alentejo e no Sudeste Alentejano e Algarvio.

Fatores de ameaça:

- Destruição e fragmentação do habitat por pastoreio excessivo;
- queima de pousios e juncais para a criação de pastagens;
- alterações do uso do solo por reconversão em regadio ou florestação;
- a drenagem de zonas húmidas;
- a construção de estradas e a limpeza de galerias ripícolas;
- a competição com o rato-de-água Arvicola sapidus (impede a ocupação em algumas áreas por parte do rato de cabrera)

Medidas de conservação:
- Realização de ações de sensibilização e divulgação que visem dar a conhecer a espécie;
- Obter informação sobre o grau de dispersão das espécies com vista a avaliar o grau de isolamento das
colónias e consequentemente da sua vulnerabilidade à extinção local;

Curiosidades: Esta espécie não tolera amplitudes térmicas elevadas e zonas de humidade reduzida;


Autor da foto: © Hélder Conceição

Ver ficha do Rato de Cabrera no Livro Vermelho dos Vertebrados